Escola
Nova é um dos nomes dados a um movimento de renovação do ensino que foi
especialmente forte na Europa, na América e no Brasil, na primeira
metade do século XX . "Escola Ativa" ou "Escola Progressiva" são termos
mais apropriados para descrever esse movimento que, apesar de muito
criticado, ainda pode ter muitas ideias interessantes a nos oferecer.
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Rousseau, inspirador pioneiro da Escola Nova na Europa |
Os
primeiros grandes inspiradores da Escola Nova foram o escritor
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e os pedagogos Heinrich Pestalozzi
(1746-1827) e Freidrich Fröebel (1782-1852). O grande nome do movimento
na América foi o filósofo e pedagogo John Dewey (1859-1952). O psicólogo
Edouard Claparède (1873-1940) e o educador Adolphe Ferrière
(1879-1960), entre muitos outros, foram os expoentes na Europa.
No
Brasil, as ideias da Escola Nova foram introduzidas já em 1882 por Rui
Barbosa (1849-1923). No século XX, vários educadores se destacaram,
especialmente após a divulgação do Manifesto dos Pioneiros da Educação
Nova, de 1932. Podemos mencionar Lourenço Filho (1897-1970) e Anísio
Teixeira (1900-1971), grandes humanistas e nomes importantes de nossa
história pedagógica.
Um
conceito essencial do movimento aparece especialmente em Dewey. Para
ele, as escolas deviam deixar de ser meros locais de transmissão de
conhecimentos e tornar-se pequenas comunidades.
Lourenço Filho nos fala sobre a escola que Dewey dirigia no final do século passado, na Universidade de Chicago: "As
classes deixavam de ser locais onde os alunos estivessem sempre em
silêncio, ou sem qualquer comunicação entre si, para se tornarem
pequenas sociedades, que imprimissem nos alunos atitudes favoráveis ao
trabalho em comunidade." (Lourenço Filho. Introdução ao estudo da Escola Nova. São Paulo : Melhoramentos, 1950. p. 133.)
O
suíço Claparède - que teve grande influência sobre Piaget - defendia a
ideia da escola "sob medida", mais preocupada em adaptar-se a cada
criança do que em encaixar todas no mesmo molde. Ferrière e outros
pedagogos, como o belga Decroly (1871-1932), insistiam que o interesse e
as atividades dos alunos exerciam um grande papel na construção de uma
"escola ativa". No trabalho de Ferrière como pedagogo, por exemplo, os
passeios e o trabalho em equipe eram especialmente valorizados.
A
Escola Nova recebeu muitas críticas. Foi acusada principalmente de não
exigir nada, de abrir mão dos conteúdos tradicionais e de acreditar
ingenuamente na espontaneidade dos alunos. A leitura das obras e a
análise das poucas experiências em que, de fato, as ideias dos
escolanovistas foram experimentadas com rigor mostram que essas críticas
são válidas apenas para interpretações distorcidas do espírito do
movimento.
Apesar de todo o seu
sucesso, a Escola Nova não conseguiu modificar de maneira significativa o modo
de operar das redes de escolas e perdeu força sem chegar a alterar o cotidiano
escolar.
Hoje, quando continuamos a
buscar rumos para nossa educação, as ideias e experiências dos autores da
Escola Nova, mesmo que contenham algumas concepções ultrapassadas ou ingênuas,
podem continuar nos servindo como fonte de prazer literário e de inspiração
pedagógica.
Fonte:Glossário Pedagógico.